RENUNCIAR AOS PRÓPRIOS DIREITOS PARA QUE HAJA O AMOR MÚTUO

Será que seríamos capazes de renunciar aos nossos direitos afim de que haja entre nós o amor mútuo?
Nem todo bem deve ser praticado e nem todo direito deve ser reinvindicado. Apenas o bem que Deus quer no momento presente, deve ser alvo de nossas ações. E apenas os direitos que levam ao amor mútuo, devem ser exigidos.
O livre arbítrio nos foi dado pelo próprio Deus e, por isso, temos o direito até mesmo de fazer escolhas erradas. Mas, o que mais agrada a Deus é a nossa renúncia a esse direito, para fazer somente a sua vontade. E a sua vontade é que nos amemos uns aos outros.
Portanto, o que aparentemente pode parecer uma perda, torna-se um ganho.

Apolonio Carvalho

SERMOS MISERICORDIOSOS

A pessoa mais infeliz é aquela que não é misericordiosa.
A misericórdia não é apenas conceder o indulto do perdão, ela se compadece do aflito, se solidariza com quem está na dor, vai em busca de quem está perdido. Enfim, a misericórdia nada mais é do que uma expressão do amor.
A vida em grupo ou comunidade, requer que sejamos misericordiosos. Do contrário, os relacionamentos se deterioram e se rompem.
Quem deseja alcançar misericórdia, deve começar por ser misericordioso.
A misericórdia se antecipa a justificar o outro em sua fraqueza e o corrige dando seu exemplo com humildade. Não condena, ensina.

Apolonio Carvalho

NÃO COLOCAR LIMITES À CARIDADE

A caridade não conhece limites.
Ela vai além da condição humana, não faz distinções de raça ou cor, de idade ou condição social.
Ela não escolhe a quem fazer o bem. O escolhido é sempre aquele que o momento presente coloca ao seu lado.
Ela não conhece nem mesmo a barreira do tempo, pois é a única entre todas as virtudes, que permanece em eterno.
Então, sejamos seus instrumentos no mundo. Não coloquemos limites onde não podem existir.
Façamos da caridade o nosso estilo de vida, assim a encontraremos muito além da vida e da morte.

Apolonio Carvalho

FAZER DE TUDO PARA QUE O AMOR CIRCULE NA COMUNIDADE

Assim como o corpo não pode viver sem o sangue que nele circula e leva vida a todas as células, uma comunidade, de qualquer natureza, não sobrevive sem o amor que a torna viva e operante.
É a linfa que leva vida a todos os corações e os faz bater em uníssono, fazendo de todos um.
A responsabilidade é de todos e de cada um. Ninguém deve esperar pelo outro. Todos são chamados a fazer circular esse amor, para que a comunidade exista.
Essa é a dinâmica do Paraíso, sob a graça em plenitude da presença de Deus.

Apolonio Carvalho

SERMOS GENEROSOS UNS COM OS OUTROS

Uma das expressões mais bonitas do amor é a generosidade.

Ela inebria o coração com uma alegria divina, dado que a generosidade é uma atitude do próprio Deus. Nesse aspecto, Ele não se deixa vencer. Está sempre à nossa frente.

Por essa razão, ser generoso, deixa-nos felizes. Tanto quem é generoso, quanto quem usufrui da generosidade.

Ela regula os relacionamentos através de uma doação sem limites, sem nenhum tipo de restrição.

Quem é realmente generoso, não doa coisas, doa a si próprio no gesto mais singelo.

 

Apolonio Carvalho

ESTAR EM COMUNHÃO

Estar em comunhão com alguém é muito mais do que estar apenas em companhia.

A comunhão é participação ativa da vida um do outro. É partilha de tudo o que se tem e de tudo o que se é.

A comunhão leva à unidade, faz de dois, um. Faz de muitos, um só coração.

Para estar em comunhão é necessário desapego e despojamento total, para que tudo seja partilhado. É a renúncia do "meu", para se chegar ao "nosso", ao "de todos".

Deus, por primeiro, coloca em comum conosco todos os seus dons.

 

Apolonio Carvalho

AJUDAR-SE NAS DIFICULDADES

A prova dos nove em uma amizade, é quando passamos por uma dificuldade. O verdadeiro amigo, chega junto, está presente, faz sentir a sua solidariedade, a sua ajuda concreta e não sossega enquanto tudo não está solucionado.

Assume como sua a dor do outro. Assim como, da mesma forma, nos momentos alegres, é o primeiro a chegar para festejar com o amigo.

Certa vez fui visitar uma amiga que mora distante e que estava muito doente. Ao chegar em sua casa, a pessoa que cuidava dela me disse: Ela quando soube que você estava na cidade, falou "Tenho certeza que meu amigo virá me visitar."

 

Apolonio Carvalho

COLOCAR EM SEGUNDO PLANO AS PRÓPRIAS IDEIAS PARA ACOLHER O OUTRO

O apego à nossas ideias nos afasta dos demais.

Pode tornar-se intransigência o fato de não ceder, para ouvir e valorizar a ideia do outro.

Pessoalmente, tenho que me policiar muito, pois tenho a tendência a sutilmente impor a minha ideia.
O meu esforço quotidiano é procurar ser maleável, acolhedor e tolerante.

Procuro recomeçar sempre, pois não quero ter nenhum compromisso com o erro. Tento quantas vezes forem necessárias, para acertar ao menos uma vez a vontade de Deus.

Devo escutar outro, não apenas para viver a caridade recíproca, mas também para me enriquecer com sua ideia e sua experiência.

 

Apolonio Carvalho

SABER CALAR PARA NÃO ROMPER A CARIDADE ENTRE NÓS

Para alguns argumentos não cabe dizer quem está certo ou errado.
É apenas uma questão de opinião e de opção. As discussões quando são uma troca de idéias, são muito positivas e levam, às vezes, a uma mudança de postura da parte de um ou de outro.

Muitas vezes é melhor calar, para não romper a caridade recíproca. É melhor dobrar-se, para não romper. O lucro é bem maior.
O respeito pelo outro deve ser superior ao apego às próprias idéias.

 

Apolonio Carvalho

O AMOR MÚTUO UNE

O simples desejo de amar consegue nos unir. Depois, quando concretizado, fortalece essa união, fazendo-nos realmente um só coração e uma só alma.

Só o amor mútuo tem essa capacidade, porque está isento de segundas intenções e de pretensões egoístas.

Purificados pela renúncia, também recíproca, do próprio eu, conseguimos agir sempre em consenso.

Quanto mais experiências vividas juntos, mais união, mais unidade.

A maior coesão que possa existir entre duas ou mais pessoas, é quando se tornam um só. E isto só é possível de forma completa, quando é consolidada pela presença de um amor que emana de Deus e a Ele retorna.

 

Apolonio Carvalho

COM O AMOR MÚTUO SE SUPERA TODA DIVISÃO

Nós somos, e sempre seremos, muito diferentes uns dos outros. E demos graças a Deus por isso, pois é uma grande riqueza.

Só que, às vezes, essas diferenças são como arestas que nos ferem. E quanto mais próximos no relacionamento, mais isso pode acontecer.

Só há um modo de limar essas arestas, para que nos tornemos como rolimãs bem lubrificadas, para que a engrenagem das relações seja saudável e sem atritos nocivos. É a vivência do amor recíproco.

Ele favorece o relacionamento, elimina o atrito e faz com que a diferença se transforme em riqueza que une e não em barreira que divide.

 

Apolonio Carvalho

PARA NOS AMARMOS É PRECISO PASSAR POR CIMA DE TUDO

O amor recíproco requer um exercício constante de resignação, paciência e recomeço.

Devemos passar por cima de pequenos ressentimentos, de julgamentos precipitados, de pequenas faltas cometidas por nós ou pelos outros.

A dinâmica do amor vai além de todas as dificuldades que nossa condição humana nos impõe.

O mais importante é sempre recomeçar. Não importa se eu ou o outro errou, pois um ato de amor puro e sincero cobre uma multidão de pecados.

 

Apolonio Carvalho

JUNTOS ENCONTRAMOS A FORÇA PARA ENFRENTAR TODOS OS DESAFIOS

São muitos os lemas que levam em conta a solidariedade: "A união faz a força"; "Juntos venceremos"; "Um por todos, todos por um"; e assim por diante.

Todos nós um dia já sentimos o valor de uma presença amiga ou o desespero de ter que enfrentar um problema sozinho.

Pois bem, o amor cristão vai mais além e está pronto a dar a própria vida pelo irmão. Por isso, a pessoa sente não apenas o amor do irmão, mas a predileção do amor de Deus por ela.

Essa presença de Deus dá força para superar todos os obstáculos e vencer todos os desafios.

 

Apolonio Carvalho

RENOVEMOS OS RELACIONAMENTOS ENTRE NÓS

Existem vários modos de renovar os relacionamentos:

Antes de tudo não deixar de cultivá-los no agora, no momento presente, pois não se sustentam por muito tempo com coisas do passado.

Esquecer e perdoar-se reciprocamente os pequenos ressentimentos.

Aumentar cada dia o empenho para crescer no amor mútuo.

Estar dispostas a acolher o outro como ele é, amando-o de modo incondicional.

Não pretender nem mesmo uma resposta correspondente ao amor doado.

E, por fim, evitar qualquer tipo de julgamento que venha a romper, dentro de nós, o relacionamento com o outro.

Apolonio Carvalho

TER SEMPRE ENTRE NÓS A CARIDADE

A base sólida dos relacionamentos é a caridade.
Se ela está presente não há mal entendido, não há incompreensão, nem ressentimentos.
Onde está a caridade eixiste concórdia, serenidade, alegria e sobretudo paz.
A força da caridade eleva o decaído e corrige o errante. Ela é mestra da vida e nos dá sabedoria para enfrentar todas as dificuldades.
Ela é o bálsamo que revigora e fortalece, reanima e entusiasma e nem mesmo a morte consegue vencê-la. Ela existe eternamente, porque emana de Deus e a ele retorna através do amor que há entre nós.

Apolonio Carvalho

NÃO PROCURAR NADA SOMENTE PARA SI PRÓPRIO

O egoísmo nos deixa cegos e não vemos as necessidades do próximo.
Se agimos por interesse próprio, pouco a pouco nos isolamos e caímos na mais inevitável solidão.
A vida pensada no coletivo, em comunidade, tem as suas exigências. Devemos nos privar do individual, para pensar como todo. Pensar no outro é a regra, para quem quer acertar o passo e viver bem.
Pode parecer privação, mas na verdade, o lucro é bem maior do que aquilo que se pensa perder.
A segurança de uma vida comunitária nos sustenta nas horas difíceis e multiplica a nossa alegria nos momentos felizes.
Portanto, vale a pena sacrificar o nosso ego, para viver o outro e sermos um com ele.

Apolonio Carvalho

O AMOR MÚTUO NÃO FAZ CÁLCULOS

O amor não é um investimento, embora tenhamos muito mais a ganhar do que a perder.

Não podemos amar fazendo cálculos. Não podemos calcular os frutos do amor e as suas consequências como um lucro. Sabemos que existem, mas não devem ser a nossa motivação para amar.

A motivação deve ser a mais pura, deve estar isenta de qualquer tipo de interesse.

Devemos amar por Deus, amar pelo próprio amor.

Amar sem distinção e como a nós mesmos.

Amar a todos, até mesmo aos inimigos.

Apolonio Carvalho

ACREDITAR NA FORÇA DA ORAÇÃO FEITA EM UNIDADE

Ao fazer uma oração em unidade com os irmãos, devemos acreditar na onipotência da palavra de Jesus.

Ele prometeu que se dois de nós estivermos de acordo sobre o que pedir a Deus, isto é, em unidade, e pedir em seu nome, obteremos aquilo que pedimos.

Antes de pedir devemos satisfazer as exigências, para que ele esteja em nosso meio, o que significa estarmos no amor. Depois sim, podemos pedir tudo que o amor sugere, acreditando na potência de sua palavra. Porém, acreditando mais ainda, que a sua resposta de amor é mais perfeita que o nosso pedido.

 

Apolonio Carvalho

FAZER DE TUDO PARA SE CHEGAR AO AMOR MÚTUO

O amor mútuo não nasce de um acordo entre pessoas.

Nasce depois da iniciativa de alguém, nasce do próprio amor.

​Seria muito bom, reunir um grupo, colocar-se de acordo para viver o amor mútuo e daí começar.

Mas não. Primeiro devemos nos converter ao amor e começar a amar sem esperar nada de ninguém. Depois, alguém responde a esse amor e ele passa a ser recíproco.​

A regra é sempre a mesma: "Amar como a si mesmo, amar por primeiro, amar a todos, reconhecer Jesus em cada um, fazer-se um e amar até mesmo a quem não nos ama."1 Depois disso vem o amor recíproco.

 

Apolonio Carvalho

 

 1: Arte de amar segundo Chiara Lubich.

NÃO PREJUDICAR OS NOSSOS RELACIONAMENTOS

Existem muitas coisas que podem deteriorar os nossos relacionamentos.

Indiferença, colocar em relevo os defeitos, precipitar-se em julgar a atitude do outro, escutar opiniões negativas sobre as pessoas, pretender uma resposta como nós gostaríamos, etc.

Superar todas essas dificuldades é um passo que deve ser dado por cada um individualmente, para salvar e manter um relacionamento sincero na vivência do amor recíproco.

 

Apolonio Carvalho

SUPORTAR OS DEFEITOS UNS DOS OUTROS

Todos nós temos nossos defeitos e nossas virtudes.

Só que, muitas vezes, vemos com facilidade os defeitos dos outros. Às vezes esse defeito nem é tão tão grave, mas nos incomoda e por isso, o mostramos e combatemos.

Tudo não passa de uma questão de suportação recíproca.

Lembremos que defeito não é crime e que ninguém é exceção de regra. Todos nós somos vulneráveis a cometer erros.

O amor mútuo sana tudo isso. Conseguimos ver o outro como Deus o vê. Com um olhar sempre novo e misericordioso.

Com um olhar que ajuda a melhorar e não o condena por suas fraquezas.

Um amor puro ajuda o outro a purificar-se.

 

Apolonio Carvalho

ACREDITAR SEMPRE QUE O AMOR ENTRE NÓS É POSSÍVEL

Nós somos limitados por sermos humanos. Por essa razão, devemos ser pacientes e nos ajudar.

Ainda não encontrei nenhuma pessoa intolerante que seja feliz. Portanto, vale a pena ser tolerante, paciente, compassivo e misericordioso.

Talvez alguém diga que existe um limite, mas acho que todos querem para si a medida máxima disso tudo.

O importante é acreditar que, apesar de tudo e além de tudo, o amor entre nós é possível.

Para que exista o amor recíproco devemos superar barreiras: a do nosso eu e as que o outro representa.

 

Apolonio Carvalho

NÃO DEIXAR ESFRIAR O AMOR MÚTUO

É importante manter o entusiasmo em viver o amor mútuo. Para isso, devemos lembrar sempre a nossa maior motivação, que é a fraternidade universal como Deus a pensou. O "Que todos sejam um" que Jesus pediu ao Pai.

O amor aquece e sustenta a nossa existência, por isso devemos por mais lenha nessa fogueira. Devemos alimentar esse fogo para que não se apague.

A chama do amor em nosso coração precisa ser alimentada. A cinza precisa ser soprada e as brasas reviradas.

Enfim, amor se alimenta com mais amor. Portanto, redobremos nosso esforço nesse dia. Deixemos que nosso coração se inflame de amor e aqueça a nossa vida.

 

Apolonio Carvalho

ESTARMOS CONSCIENTES DA DIGNIDADE DE CADA UM

Muitas vezes nos deixamos inflamar por opções e escolhas que fazemos. No sentido político, ideológico, religioso e assim por diante.

Às vezes de modo inconsciente dizemos coisas, falamos o que ouvimos dizer e classificamos as pessoas com todas as diferenças entre elas e nós. As quais nem sempre são completamente verdadeiras.

Lembremos que criticar não é diminuir o outro. A critica deve ser uma ajuda para que o outro melhore e não uma condenação.

Não podemos esquecer a dignidade de cada pessoa. Como ser humano e, sobretudo, como filho de Deus. Seja ele quem for.

 

Apolonio Carvalho

ANTES DE QUALQUER ATIVIDADE VERIFICAR SE EXISTE A CARIDADE ENTRE NÓS

Se queremos que tudo seja permeado pelo amor, devemos antes de qualquer ação, verificar se existe esse amor em nós e entre nós.

Esse preâmbulo nos dá a garantia que tudo seja fruto de um amor vivido com excelência, isto é, mútuo.

Quando uma obra é fruto da vaidade, é opulenta e ostenta a própria vaidade de seu idealizador.

Quando é fruto do amor, é útil a toda e qualquer pessoa, e cada um a sente como própria.

Se agimos com a garantia do amor recíproco, temos a certeza de sucesso e satisfação.

 

Apolonio Carvalho

NÃO FALTAR COM A CARIDADE

A condição humana e nosso humor instável, leva-nos muitas vezes a faltar com a caridade.

Faz-se necessário um esforço redobrado de colocar-se na mãos de Deus, acreditando em sua misericórdia, principalmente para  nós mesmos.

Paciência e recomeço, esse binômio pode salvar os relacionamentos construídos.

Não deixar-se dominar pelas coisas que devemos fazer, mas ter o domínio do amor em tudo, a ponto de saber escolher prioridades com calma, lucidez e sobretudo tendo caridade no trato com as pessoas.

 

Apolonio Carvalho

ACOLHER-SE COM AMOR

​"...P​

rocuraremos viver essa Palavra na vida social em geral, fazendo o propósito de testemunhar o amor acolhedor de Jesus para com qualquer próximo que o Senhor colocar ao nosso lado, principalmente aqueles que o egoísmo social tende mais facilmente a excluir ou a marginalizar.

Acolher o outro, o diferente de nós, é básico no amor cristão. É o ponto de partida, o primeiro degrau para a construção daquela civilização do amor, daquela cultura de comunhão à qual Jesus nos chama hoje de modo especial.​"​

Chiara Lubich