sábado, 11 de abril de 2015
COMPREENDER O PRÓXIMO PLENAMENTE
O dia inteiro atendo pessoas em meu consultório, e às vezes, me apresso em dizer o que penso sobre cada situação, sem me deter para entender melhor o irmão. Faço o esforço de compreender profundamente cada um, mas como todos, sou vítima do tempo e da pressa em querer resolver tudo a meu modo.
Ontem, uma senhora tinha mil queixas, que logo de início se via que eram somatizações e não realmente doenças.
Fiz o exercício de escutá-la plenamente sem interromper. No final fiz somente uma pergunta: Desde quando a senhora se sente assim doente?
A resposta veio com choro e soluços: "Desde a morte de meu esposo".
Após, sentir-se escutada, pude examiná-la com calma e dar as devidas orientações. Estava visivelmente aliviada, mesmo se medicada apenas com um hidratante corporal e um antibiótico.
Apolonio Carvalho
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